Criar, desenvolver e gerir um negócio de forma competitiva e estratégica é uma tarefa bastante complexa, ainda mais se levarmos em conta o atual momento do mercado. Desafios e dificuldades são comuns a qualquer organização mas as empresas familiares representam maior complexidade na sua gestão organizacional.
Uma das razões para tal complexidade são os conflitos, muitas vezes emocionais, vivenciados por membros destas organizações e que normalmente ocorrem em função da cultura familiar ou por conta das relações emocionais entre os membros da família no ambiente de trabalho. Tais fatores impactam direta e negativamente o relacionamento profissional entre os membros da família e drenam energias e recursos fundamentais para que a empresa possa ter um melhor desempenho e resultado.
Em função de nas empresas familiares existe pouca preocupação com a capacitação profissional, falta profissionalização. Afirmar que uma empresa não é profissional pode soar pesado demais. Mas esta afirmação não tem qualquer co-relação com a empresa ser de sucesso.
O fundamental é que a família assuma o processo de profissionalização, pois é isso que determinará a perpetuação dos negócios sonhados pelo fundador para as futuras gerações da sua família.
É praticamente impossível estabelecer parâmetros e controles de ação, quando a alta administração não os segue. A falta de exemplo que pode vir do filho do dono que não tem horário para trabalhar ou não tem comprometimento com suas responsabilidades, muitas vezes, afeta a forma de conduta dos demais colaboradores. Esse é apenas um pequeno exemplo. Além disso, em diversas ocasiões existe o nepotismo, que atrapalha a eficiência e eficácia da empresa como um todo.
Felizmente muitas empresas familiares de muito sucesso no passado perceberam que o futuro precisa ser construído hoje, no presente. Desta forma tem-se observado maior preocupação de empresas familiares em profissionalizar seus dirigentes.
É fundamental que haja o desenvolvimento de uma mentalidade que seja racional e profissional na condução dos negócios. E isto significa dizer que muitas vezes é preciso buscar apoio numa consultoria para ela faça mediação dos conflitos naturais com a clarificação dos posicionamentos que desenvolvam ações em favor da empresa, sem interferências emocionais.
O processo de profissionalização precisa seguir um padrão de transparência e demonstração da competência do herdeiro que assumirá os negócios. Assim, não haverá desconfianças quanto a continuidade do posicionamento da empresa no mercado.
Mas além da profissionalização, o desafio da sucessão familiar é um verdadeiro drama. Para quem passa o bastão ou para quem vai segurá-lo. Sempre haverá uma natural preferência por membros da família. Mas se a profissionalização for uma preocupação na empresa, um sucesso estará sendo preparado para assumir o cargo, com suas competências devidamente mapeadas e aderentes àquela atividade.
Por outro lado, nem sempre é mais vantajoso manter um membro da família à frente dos negócios e sim contratar um executivo bem conceituado no mercado. Este profissional terá capacidade de entender e adaptar-se à cultura da empresa.