A palavra estratégia me parece ser uma das palavras mais mal utilizadas e mais mal-entendidas no mundo dos negócios atualmente. Noventa por cento das vezes, quando empresários ou executivos falam sobre estratégia, eles estão na verdade, falando simplesmente sobre um plano.
Mas estratégia implica muito mais do que planejamento. Um jogo de xadrez bem jogado envolve estratégia. Um jogo de paciência bem jogado envolve planejamento. Uma estratégia deveria implicar o planejamento que é criado para eliminar um concorrente, ou para derrotar o plano de um rival. Ela deve incluir medidas que levarão a uma situação vitoriosa em uma competição com opositores, ou em uma batalha com forças que estão contra o plano.
A definição militar de estratégia envolve o planejamento para alcançar o sucesso em um ambiente hostil, e pensamos que provavelmente é a melhor e mais curta definição da palavra. Uma estratégia de negócios real, em outras palavras, é um plano que antecipa as ações de seus concorrentes ou a resistência dos outros.
Para que uma estratégia tenha sucesso, é preciso que o empresário saiba aproveitar as diferenças estruturais entre o seu negócio e os dos outros. Ou talvez você deva planejar as suas ações de maneira a criar estas diferenças estruturais e então explorá-las de maneiras que seus concorrentes não.
O que faz uma boa estratégia?
Estreitar o foco é a essência da estratégia. Significa decidir de quais oportunidades se deve abrir mão, como negócio. É umas das decisões mais difíceis que qualquer empresa precisa tomar. Qualquer empresa bem sucedida com a sua estratégia competitiva geralmente o faz estruturando todo o seu negócio ao redor da estratégia, desde a cadeia de suprimentos e distribuição, até o recrutamento, a produção, a propriedade intelectual, e até mesmo os relatórios financeiros. Frequentemente, a própria estrutura de negócios resultante dificulta, se não impossibilita, a se fazer tudo. A estrutura do negócio, criada ao redor de uma estratégia, efetivamente faz a escolha pela empresa.
Empresas com estratégias claras acreditam ser necessário fazer estas escolhas. Elas dizem “não” para o que poderia, em outras ocasiões, parecer oportunidades de negócios lucrativos não porque elas não querem ganhar dinheiro, mas porque elas querem, e toda a atividade deve promover as suas estratégias competitivas se elas querem ser bem sucedidas.
Esta é pelo menos uma boa razão porque é improvável que o Outback disponibilize aos seus clientes mesas com toalhas brancas em seus restaurantes como um atributo de qualidade adicional.
É preciso dizer “não” a algumas atividades que poderiam parecer atraentes. Mas saber quando dizer não é um desafio dos maiores. E só se consegue dizer “não” com segurança quando se conhece a estratégia da empresa.